Ambulante teve cerca de 3.000 obras incendiadas por um vândalo e moradores de BH se mobilizam para ajudá-lo a comprar uma carretinha para transportar as obras; em dois dias, mais de dez mil exemplares foram doados
Por LETÍCIA FONTES
02/07/20 - 16h59
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| Ex-catador de papelão tem mais de 3.000 livros queimados na avenida do Contorno. Foto: Alexandre Mota |
A solidariedade de muita gente deu ao ambulante Odilon Tavares, 58, a oportunidade de recomeçar. Dois dias depois de ver todo o acervo do sebo que mantém a céu aberto ser queimado, no bairro Carmo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o "livreiro" já recebeu a doação de mais de 10 mil livros em 48 horas e agora tem até uma vaquinha virtual. Um grupo se mobilizou com a história e criou uma campanha pela internet para arrecadar dinheiro para o ex-catador de papelão. O objetivo é comprar uma carretinha para que Odilon possa armazenar e transportar os livros evitando situações com a do último fim de semana.
"Eu fui lá e conversei com ele, que concordou. O Odilon tem um carro e a carretinha seria uma forma de ele não deixar os livros lá e não correr o risco de ser roubado. Ele não tem noção de qual livro é mais caro, mas hoje ele deixa a maioria lá e costuma levar para a casa só aqueles que ele considera que pode custar mais. Seria um espaço para que ele guardasse e organizasse os livros também", explica a advogada Mariana Burguer, 43, que faz parte do grupo Rua do Respeito. Quem gostou da ideia foi Odilon. Seu sonho na verdade é ter um ônibus em que possa fazer uma espécie de biblioteca itinerante e circular em vários bairros da capital. Mas como a ideia ainda é distante, o ambulante já sonha com a carreta. "Vou poder catalogar os livros de acordo com o gênero, vai ficar arrumado e organizado. Coisa chique", brinca. E completa: "Sonhar não custa, já tem tanta gente me ajudando, tanta gente boa nesse mundo. Espero que dê certo, porque eu só quero trabalhar. Mais pra frente queria ter um ônibus e ir rodando por bairros pobres e até pelo interior levando livros para todo mundo, oportunidade que eu não tive", conta.
"Eu fui lá e conversei com ele, que concordou. O Odilon tem um carro e a carretinha seria uma forma de ele não deixar os livros lá e não correr o risco de ser roubado. Ele não tem noção de qual livro é mais caro, mas hoje ele deixa a maioria lá e costuma levar para a casa só aqueles que ele considera que pode custar mais. Seria um espaço para que ele guardasse e organizasse os livros também", explica a advogada Mariana Burguer, 43, que faz parte do grupo Rua do Respeito. Quem gostou da ideia foi Odilon. Seu sonho na verdade é ter um ônibus em que possa fazer uma espécie de biblioteca itinerante e circular em vários bairros da capital. Mas como a ideia ainda é distante, o ambulante já sonha com a carreta. "Vou poder catalogar os livros de acordo com o gênero, vai ficar arrumado e organizado. Coisa chique", brinca. E completa: "Sonhar não custa, já tem tanta gente me ajudando, tanta gente boa nesse mundo. Espero que dê certo, porque eu só quero trabalhar. Mais pra frente queria ter um ônibus e ir rodando por bairros pobres e até pelo interior levando livros para todo mundo, oportunidade que eu não tive", conta.
A vaquinha virtual foi criada nesta quinta-feira (2) e pretende arrecadar R$ 20 mil. Quem quiser ajudar pode doar qualquer valor pelo site: www.vakinha.com.br/vaquinha/carretinha-para-odilon-dos-livros
Entenda
Durante a noite do último fim de semana, pelo menos 3.000 livros foram destruídos por um homem que chegou a ser flagrado por câmeras de segurança. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a autoria do incêndio. Segundo Odilon, o material era cuidado por um amigo, seu parceiro nas vendas. Mas, na madrugada de domingo (28), o parceiro estava na casa da família e ninguém montava guarda no local. Pela manhã, viram que todo o acervo havia sido queimado. Dois carrinhos usados para transportar as publicações também foram furtados.
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